segunda-feira, 11 de junho de 2012

Peugeot 508 chega como sedã de luxo por R$ 119.900


Uma das maiores qualidades do crossover 3008, lançado em 2010 no Brasil pela Peugeot, era o motor 1.6 turbo a gasolina. Para um carro tão grande e pesado, um bloco de litragem tão baixa pareceria não dar conta. Mas foi justamente o oposto, e o motor não apenas cumpriu a tarefa como ofereceu vantagens em economia e leveza. Agora a Peugeot lança no país seu sedã de luxo 508. E, sem muita surpresa, mais uma vez o maior destaque do carro é o motor 1.6. Sim, o mesmo.
O sedã chega por R$ 119.900, em uma aposta não muito arrojada da marca francesa. Por este preço, bate de frente com o renovado VW Passat 2.0 Turbo de R$ 122.450, tenta fazer frente ao alemão Mercedes C180 1.8 de R$ 134.900 e não parece ameaçar em nada o temido Hyundai Azera 3.3 de R$ 114.924. A aposta, segundo o presidente da marca no Brasil, Frederic Drouin, será no extenso pacote de equipamentos. "Podíamos trazer o carro com preço menor e menos equipamentos. Mas decidimos trazê-lo completo, o consumidor deste segmento quer um carro competitivo e com bom volume de itens", esclarece o executivo. 









A decisão de trazer o sedã ao país veio antes do chamado SuperIPI. Mas a manobra governamental não alterou os planos da marca. "Decidimos importar o 508 mesmo com o novo IPI. É um carro importante em termos de imagem, para mostrar nossa tecnologia", explica Frederic. A perspectiva da Peugeot é de vender 200 unidades até o fim do ano - entre 30 e 40 em cada mês.
Pacote atraente
O 508 já vem com o head up display colorido, uma tela translúcida que exibe na altura do parabrisa as informações de velocidade e as indicações do GPS. Também acompanha o park-assist, que auxilia na hora de estacionar ao indicar se as vagas paralelas têm espaço suficiente para o carro. O sistema Open & Go oferece destravamento das portas e ignição sem precisar tirar a chave do bolso. Há ainda a central multimídia com navegador, ar-condicionado com climatização de quatro zonas, teto-solar, freio elétrico de estacionamento automático (que trava com o carro parado e destrava ao pressionar o acelerador), faróis de duplo xenôn adaptativos que acompanham o faixo nas curvas, regulagem elétrica nos bancos, entre outros. 








São mimos interessantes, embora perfeitamente compatíveis com a faixa de preço. Eles parecem servir como chamariz para contornar um preconceito inicial de quem ouve falar do carro: um sedã de luxo com motor 1.6? Sim, e funciona muito bem. Desenvolvido em parceria com a BMW (e já devidamente utilizado em projetos da Mini), o bloco turbo tem comando variável e oferece 165 cv de potência a 6.000 rpm, uma beleza na estrada. Já os 24,5 kgfm de torque ficam disponíveis aos meros 1.400 rpm, o que torna a vida muito mais tranquila nos trajetos urbanos diários e facilita muito em ultrapassagens. Silencioso, o motor se torna a grande diversão do carro mesmo em regimes de baixa rotação. Mas é na estrada que é fácil perder a sensação de velocidade, mesmo enquanto o display indica 80, 100, 120 km/h... cuidado com o radar! O 508 nunca parece estar tão veloz quanto realmente está.
O câmbio automático de seis marchas é bom parceiro. As trocas podem ser feitas também pelas borboletas posicionadas atrás do volante, sem qualquer tipo de resistência do sistema para reduzir ou aumentar as velocidades. Mas o 508 não é um projeto que transpire esportividade, então o melhor a fazer é deixar que a caixa faça sua curva de velocidade à vontade, confortavelmente. Com suavidade, a direção levará para onde você quiser. 






O acerto de suspensão feito para o Brasil, aliás, aplica bem a máxima de que os asfaltos nacionais exigem uma atenção bem especial. No trajeto feito até chegar em Campos do Jordão (SP), trechos em obras na estrada foram feitos sem afetar a tranquilidade do motorista ou dos ocupantes. Em especial no banco de trás, onde o entre-eixos de 2,81 oferece ótimo espaço para as pernas e uma curva estrategicamente posicionada na ligação do teto com a terceira coluna garante que nenhuma cabeça vá ficar batendo no forro. Este último toque de design inteligente mantém o visual esguio exterior do 508 e não sacrifica o conforto interior ou o espaço do porta-malas (de 473 litros).







É, então, uma pena que todo esse conjunto seja aplicado em um veículo sem qualquer emoção. Na busca pelo requinte, o desenho do 508 traz algumas curvas sofisticadas na dianteira e em detalhes da lanterna traseira - que, segundo a Peugeot, imitam garras -, mas não consegue sair do formato tradicional e atingir o arrojo dos concorrentes coreanos. Mesmo o display multimídia, por exemplo, traz cores em tom pastel e detalhes pouco evocativos. Os controles são feitos por seletores circulares que, embora façam o serviço, não incentivam a explorar mais do sistema. A Peugeot não fez muito esforço para sair do comum no projeto, por isso não consegue oferecer nenhuma inovação para o segmento.
Então eu estava lá, confortável após a justar o banco elétrico, a temperatura do meu lado do carro, o head up display na altura ideal, a música carregada via bluetooth do celular... Mas eu só conseguia prestar atenção no ótimo desempenho do motor 1.6: "mal vejo a hora de colocarem um pouco mais de emoção nisso". Por um preço menor, talvez eu até me emocionasse mais.

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